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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A indignação do Rouxinol


A palavra indignação no dicionário Aurélio quer dizer "sentimento de cólera despertado por ação indigna", acredito que é a melhor definição para meu sentimento hoje. O que sentir quando vemos a injustiça transitar livremente pelos corredores da boa vontade e entre pessoas que dedicam suas vidas para ajudar? Pensando neste sentido lembro-me da história do Rouxinol e do Cuco.

O Cuco é um pássaro considerado um parasita, a mamãe Cuco bota seu ovos no ninho do Rouxinol, mas como os ovos do Cuco é muito semelhante ao da outra ave, a mãe dona do ninho não faz diferença com os seus, no entanto o ovo da ave parasita eclode primeiro, pois seu ciclo de gestação é menor.

Ao nascer a ave hospedeira joga os outros ovos para fora do ninho, mata os filhotes de Rouxinol e ocupa o lugar como um filho legítimo. Os pequenos e dedicados pais cuidam do filhote postiço como se fosse seu, alimentam-no com todo amor. Mas o filhote é muito maior do que o que um Rouxinol e fica cada vez mais difícil e trabalhoso para os pequenos pais, alimentá-lo é um trabalho que não pára nunca.

Por todo o tempo o Cuco sacrifica seus pobres pais, que com seu infinito amor o alimenta, sem se quer questionar que aquele enorme filhote não é seu, e em momento algum deixa de alimentar, cuidar, mantendo-o fora de perigo e longe das ameaças dos predadores.

Durante este período a ave parasita alimenta-se deste amor e carinho, é mantido aquecido, alimentado até ficar grande e forte e não caber mais no pequeno ninho do Rouxinol, neste momento ele parte para viver livre sua vida, mas ao sair destrói o ninho, como símbolo da sua ingratidão.

O Rouxinol pode chegar à morte por fadiga e fome durante esta incansável busca para cuidar de seu filhote.
Todos os dias caímos e nos levantamos para alimentar os Cucos que vivem nos nossos ninhos, uma luta diária para a sobrevivência.

Tantos Cucos já passaram e ainda vão passar, mas continuaremos em pé, com honra e brio característico do Rouxinol.

Mas eu pergunto a você, até quando?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

De quem será a Copa de 2014?


Recebi da minha irmã um link da Fundação ABRINQ com um texto que acredito ser de Frei Betto, no qual ele questiona a Copa de Mundo de 2014, que acontecerá Brasil, e a FIFA, e isso me fez pensar de quem será esta copa?

Acredito que este mega evento será apenas para estrangeiros e os grandes donos do país, o povo brasileiro, como diz o autor do texto, verá apenas pelos seus televisores, e eu acrescento que tais televisores de LCD de 42' e comprados em 18x nas lojas populares, pois além da população pagar esta conta cara, que é sediar a copa, ainda farão dívidas para maquiar a situação de pobreza em que vive a população brasileira.

Estamos em tempos de enganação de lusões, vivemos em um país no qual a classe média baixa tem renda per capta entre  R$ 291,00 e R$ 441,00 a classe média com renda per capta entre R$441,00 e R$641,00 e a classe média alta com renda per capta entre R$ 641,00 e R$ 1019,00(fonte G1 Economia), no qual fazem parte 54% da população brasileira. Como uma família de quatro pessoas com salário total de R$2600,00 pode ser considerado classe média alta? Isso porque não estou considerando nesta postagem as pessoas que vivem na extrema pobreza com renda per capta abaixo de R$ 81,00 e a classe pobre com renda per capta acima dos R$ 81,00.
   
Vamos refletir nas nossas contas, temos capital para participar deste evento? Temos capital para comprar uma TV de LCD de 42' como a mídia tenta empurrar garganta abaixo? Sendo que apenas 15% da população brasileira pode ser considerada rica. Ou seja 85% da população brasileira está inserido no grupo que vai desde a classe mais pobre (extrema pobreza) até a classe média alta.
   
Mas no texto do site da Fundação ABRINQ aborda também a questão da modificação das leis brasileira que por imposição da FIFA sofrerá alterações ou a sua anulação em razão do evento. Como o estatuto do Idoso, do Torcedor, leis que favorecem os estudantes. E ainda, serão criados Tribunais Especiais para a Copa no qual os crimes cometidos durante o evento terão punições diferentes comparado às nossa leis. 
   
"A Fifa quer, simplesmente, suspender, durante a Copa, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas no Projeto de lei 2.330/2011, que se encontra no Congresso. Caso não seja aprovado, o Planalto poderá efetivá-las via medidas provisórias." (Fundação ABRINQ).
   
Isto é muito sério, a Copa será como outro país dentro de nosso país. E nós brasileiros como fica com tudo isso? Eu não pedi a copa do mundo na minha cidade, e as pessoas que moram nos bairros que possuem estádios que sediarão a copa, como fica suas vidas? seus estabelecimento comerciais? padarias, mercados, farmácias, como ficará a nossa vida? Será que a FIFA fará igual na Africa, construir um muro para separar os pobres dos estádios?

Um muro já foi construído na cidade do Rio de Janeiro, com a justificativa de proteger os moradores e usuários das vias contra tiros vindo dos morros, melhorar a acústica e a estética do morro. Mas no ponto de vista da EDUCOM isso causou um isolamento da comunidade e serve como maquiagem para a realidade, pois o trecho do muro é por onde as comitivas, para tratar dos assuntos da copa, passarão.

Doce ilusão para àquele pobre mortal que com sua ignorância festeja a Copa do Mundo no Brasil, que no máximo será vista por um lindo televisor, no qual terminará de pagá-lo, se tudo der certo, nas olimpíadas de 2016.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Para início de conversa...


Como esta é minha primeira postagem acredito que não há problema em escrever sobre algo atual, mas que não foi hoje que aconteceu. No entanto foi muito importante para mim e retrata bem a que vim.

A convite do amigo Rildo Marques participei do XVII Encontro Nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH.que aconteceu entre os dia 07 à 10 de junho, feriado de Corpus Christi, na cidade de São Bernardo do Campo, no qual Rildo é o atual Coordenador Geral deste Movimento.

O Movimento Nacional de Direitos Humanos "foi fundado em 1982, o MNDH “constitui-se hoje na principal articulação nacional de luta e promoção dos direitos humanos” no País, o evento marcou as comemorações pelos 30 anos do MNDH, uma organização “da sociedade civil, sem fins lucrativos, democrático, ecumênico, suprapartidário, presente em todo o território brasileiro em forma de rede com mais de 400 entidades filiadas”. (fonte MNDH).

Neste evento foram discutidos assuntos relacionados com a violência e a ineficiência das políticas públicas estatais que atendam as necessidades dos grupos minoritários afim de validar os Direito Humanos à todos. Houve inúmeros participantes ligados aos Direitos Humanos que discursaram brilhantemente, na primeira parte do dia oito, foi feita uma retrospectiva dos primeiros trinta anos do Movimento com a participação de Pedro Wilson, Rosalina Santa Cruz Leite, Benedito Mariano, Irene dos Santos, Renato Simões. Na segunda parte foi discutido sobre o que queremos para os próximos anos com a participação de Paulo Carbonari, Maria Vitória Benevides, Maria Stela Santos Graciani e Padre Júlio Lancelotti. Ao final da mesma tarde foram criados grupos temáticos, no qual além de discutir sobre um determinado tema, cada grupo elaborou um relatório propondo sugestões de assuntos de discussão para o próximos anos de mandato da nova Coordenação do Movimento.

Para mim, este evento foi um marco na minha história de vida pessoal e profissional da Segurança Pública, acredito que também para meus companheiros de profissão. Fiz parte do Grupo 2 – Segurança Pública e Acesso a Justiça e Direitos Humanos e dentre inúmeros questionamentos sobre a violência policial, ineficiência do sistema judiciário, falta de corregedorias e ouvidorias independentes, entre outros assuntos não menos importantes, inseri na pauta da discussão a questão dos Direitos Humanos dos Profissionais da Segurança Pública, pela primeira vez na história do Movimento e das Instituição Policiais este tema foi e estará incluso nas futuras discussões do Movimento.

Os profissionais da área da Segurança Pública também merecem e precisam ser tratados com respeito e dignidade, com todos os direitos assegurados pela nossa Constituição Federal de 1988, assim como toda a sociedade. Temos inúmeros direitos que são violados à todo tempo e como, nós profissionais, podemos fazer valer os direitos humanos à todos se nossos direitos como pessoa por muitas vezes não é respeitado?

A polícia devido seu histórico de criação escravocrata e de defensora dos direitos do Estado, é vista como violadora, violenta, burra, e tantos outros adjetivos pejorativos, que não podem mais continuar assim.
Que polícia queremos? Se queremos uma polícia humana temos que ser tratados como humanos.

Quando digo Policia, não digo Polícia Militar e sim todos profissionais da Segurança Pública inseridos ou no não no artigo 144 da nossa Carta Magna: Guarda Civil; Policia Civil e Militar; Policia Federal; Policia Rodoviária Federal e Estadual; Carcereiros; Guardas de Muralha; Policia Ferroviária; Bombeiros; Perito Criminal;  todos que trabalham para a segurança da sociedade.

Minha semente de reflexão foi plantada, fico muito feliz por fazer parte disso e espero poder continuar essa discussão e poder colaborar para a melhoria de nossa sociedade.